domingo, 26 de outubro de 2008

Tivoli Parque da Lagoa Rodrigo de Freitas

Entrada do Tivoli Parque da Lagoa na década de 70



Tivoli Parque é o parque de diversões mais antigo do mundo em funcionamento. Fica na bela Copenhagem, capital do Reino da Dinamarca.



Mas para nós cariocas Tivoli Parque tem outro significado. Trata-se do parque de diversões instalado na Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro na década de 70 e removido em meados dos anos 90.



Em matéria de beleza nem chegava perto do original Tivoli Parque de Copenhagem, mas em matéria de diversão era imbatível.

Foi construido inicio dos anos 70 pelo italiano Oralndo Orfei à beira da Lagoa Rodrigo de Freitas num terreno de concessão da prefeitura.


Moderno para a época, foi uma febre durante mais de 20 anos. Até que em meados dos anos 90, na primeira gestão do prefeito Cesar Maia, a prefeitura despejou o parque e lá construiu uma área de lazer, com ciclovia e quiosques. O local é chamado atualmente de Parque dos Patins. O equipamento do Tivoli foi todo embarcado em caminhões e levado do local.



Nem todo mundo lembra, mas nos anos 90 ocorreram sucessivos acidentes no parque, alguns com vítimas fatais, o que foi amplamente noticiado na imprensa e certamente contribuiu para a retirada do parque.







Muitas das atrações do Tivoli Park foram removidas para o Luna Park em Nova Iguaçu, também de propriedade Orlando Orfei. Este é o caso do Rotor, da Montanha Espacial (montanha russa amarela, com looping), do Sputinik (aviõezinhos fantásticos!), do Amor Expresso (music express) e bicho da seda, sem contar o tobogã, o Trem-fantasma, o bate-bate grande os bate-bates de criança, com carrinhos pequenos e motinhos. Algumas atrações ficaram simplesmente desmontadas durante anos.




Anos depois a montanha russa branca chamada de Ziklon (a sem looping - na minha modesta opinião a melhor) foi para o parque Mirabilândia, em Recife. O Amor Expresso está atualmente num parque móvel chamado Playcity. A Roda Gigante, o Bate-bate adulto e o Sky Flyer foram para o Beto Carrero World.





Para lembrar e morrer de saudades:


- Ao lado do trem fantasma havia uma atração chamada Casa das Bruscas (isso mesmo, estava escrito "Bruscas" e não bruxas). Não me perguntem o por que desse nome eu era apenas uma criança e nunca entendi também.


- Na entrada do parque, do lado de fora, sempre tinha uma bandinha tocando animadas músicas de circo. Era ótimo!


- Os carrinhos do trem fantasma tinham na frente caras assustadoras e na parte de trás um bumbum engraçado.


- A montanha russa branca (que não tinha looping) vivia sendo montada e desmontada. Era comum ir ao parque e se deparar com um vazio no lugar onde ela ficava. Vivia desligada também. Uma pena.



- A atração Pista Veloz era só para crianças grandes. As crianças menores ficavam só olhando morrendo de vontade. Era uma pista de corrida oval com carrinhos bate bate que andavam bem rápido mesmo. Eu só pude ir uma vez, na última vez que estive no parque em 1989 pois já tinha 11 anos!



- Quando a Montanha Russa Espacial chegou ao parque era o principal assunto nas escolas da cidade. Todos se perguntavam: Você já andou no Looping? Quantas vezes você já andou? Era a única montanha russa no Brasil que virava de cabeça pra baixo duas vezes e andava a 90km/h (o que era muito para uma época em que a velocidade máxima permitida nas estradas era de 80km/h.



- Logo na entrada (na parte de dentro) do parque havia fraldário, berçário, ponto de encontro, uma máquina para medir a força do soco e outra pra medir a força do chute. Havia também uma barraquinha com bonecos de palhaços com a boca aberta para atirar com pistolas d'agua dentro da boca deles. A água acionava um mecanismo que enchia umas bolas. O primeiro a esplodir a bola ganhava um prémio.





- Ao lado da Casa das Bruscas tinha a temível Conga. O ingresso era comprado em separado e era sempre inútil comprar a entrada por que quando a conga arrebentava a corrente todo mundo fugia correndo e saia do brinquedo com medo. Eu sempre fugia!



- Os brinquedos, em sua maioria tinham cinto de segurança abdominal (iguais aos carros da época), mas ninguém usava (assim como trânsito, ná época, ninguém usava cinto nos automôveis).




Dizem que os anos 80 foi a década perdida para o Brasil, pode ser que sim. Mas pelo menos nós nos divertimos à beça!




Que saudades do velho Tivoli.